Noites de Palavra e Pixels: O Lançamento de “De Gutenberg a Zuckerberg” Marca uma Nova Era na Reflexão Tecnológica

São Paulo, 2 de novembro de 2025 – No dia 14 de setembro último, o Espaço Scortecci, no coração de São Paulo, transformou-se em um portal temporal. Sob as luzes quentes de um auditório lotado, Paulo Addair, o visionário autor e pensador da comunicação, lançou seu terceiro livro, De Gutenberg a Zuckerberg: do livro à Live. O evento, que reuniu cerca de 150 entusiastas da tecnologia, editores, acadêmicos e curiosos digitais, não foi apenas uma celebração literária, mas um manifesto vivo sobre como a humanidade reescreve sua história através das máquinas. Com o ar carregado de expectativa e o cheiro de páginas frescas misturado ao zumbido de smartphones capturando o momento, a noite pulsava com a energia de uma revolução que, segundo Addair, nunca para.

O Espaço Scortecci, conhecido por abrigar lançamentos que desafiam o status quo editorial, estava impecável: mesas repletas de exemplares autografados, um backdrop projetando imagens de prensas antigas e feeds de lives contemporâneas, e um telão exibindo trechos do livro em animações minimalistas. Às 19h em ponto, o mestre de cerimônias, o editor Roberto Scortecci, subiu ao palco com um sorriso cúmplice. “Paulo não lança livros; ele acende fogueiras”, brincou, aquecendo o público para a entrada triunfal do autor. Vestido em um terno casual que ecoava sua ponte entre o analógico e o digital – gravata com estampa de circuitos –, Addair emergiu sob aplausos efusivos, carregando um exemplar do livro como se fosse uma relíquia recém-desenterrada.

A palestra de lançamento, de cerca de 40 minutos, foi um tour de force intelectual. Addair, com sua voz grave e pausas calculadas, traçou o arco narrativo da obra: uma jornada de 500 anos que começa com Johannes Gutenberg, o inventor da imprensa móvel em 1440, e culmina em Mark Zuckerberg, o arquiteto das redes sociais que democratizaram a “live” como forma de narrativa coletiva. “O livro não é sobre tecnologia; é sobre nós, humanos, reinventando a forma como contamos histórias”, proclamou ele, gesticulando para o público como se cada um fosse coautor dessa epopeia. Relatos pessoais entremeavam-se a fatos históricos: Addair compartilhou anedotas de sua juventude folheando enciclopédias impressas, contrastando com as maratonas de streaming que moldam o debate público hoje. O auditório ria com suas ironias sobre “selfies renascentistas” e silenciava ante reflexões profundas, como o impacto da imprensa de Gutenberg na Reforma Protestante – um “algoritmo medieval” que espalhou ideias como vírus.

O que eleva De Gutenberg a Zuckerberg a um patamar de relevância urgente é seu contexto de gênese. Surgido durante a pesquisa para seu próximo livro, Artes Gráficas: Do Analógico ao Digital – previsto para 2026 –, o volume atual é um prólogo essencial, uma “pré-sequência” que Paulo Addair descreveu como “o mapa antes da jornada”. Enquanto coletava dados sobre a transição gráfica do chumbo ao pixel, o autor percebeu uma lacuna gritante: a revolução analógico-digital não brotou do vácuo. Ela é o clímax de uma cadeia de rupturas tecnológicas que remonta a Gutenberg, passando pela fotografia de Daguerre, o cinema de Edison e a internet de Berners-Lee. “Eu estava escrevendo sobre tipografias digitais quando me deparei com o fantasma de Gutenberg sussurrando: ‘Tudo começou comigo'”, confidenciou Addair em entrevista exclusiva pós-evento. Essa epifania transformou o que seria um capítulo em um livro autônomo de 280 páginas, rico em ilustrações, timelines interativas (via QR codes) e entrevistas com inovadores brasileiros, como o designer gráfico Zeca Lugares, que contribuiu com ensaios sobre o “livro como rede neural”.

A importância da obra transcende o nicho acadêmico; ela é um antídoto ao amnésico frenesi digital de 2025. Em uma era de deepfakes e algoritmos opacos, Addair argumenta que compreender essas revoluções não é nostalgia, mas sobrevivência. O livro destrincha como a imprensa de Gutenberg democratizou o saber, mas também semeou censura; como as lives de Zuckerberg amplificam vozes marginais, mas alimentam bolhas de eco. “Vamos de Gutenberg a Zuckerberg para não repetir erros, mas para hackear o futuro”, resume o autor no epílogo. Críticos presentes, como a historiadora da mídia Lúcia Mendes, aplaudiram a acessibilidade: “Addair torna a teoria palatável, como um TED Talk em papel”. Já editores internacionais, representados pela agente Maria Silva, viram potencial global: “Isso é o que o mundo precisa agora – uma bússola histórica para a IA.”

A noite prosseguiu com um coquetel animado: debates acalorados sobre o fim do livro físico (Addair aposta em hibridismo), autógrafos corridos até meia-noite e uma live improvisada no Instagram do Espaço Scortecci, capturando o ironia temática. Saí de lá com um exemplar nas mãos e a mente em chamas, refletindo sobre como, em 560 anos, passamos de monges copiando manuscritos a influenciadores globais. De Gutenberg a Zuckerberg não é só o terceiro filho literário de Paulo Addair; é o elo que precede Artes Gráficas, prometendo iluminar a transição gráfica com a sabedoria de séculos. Em tempos de aceleração exponencial, Addair nos lembra: a verdadeira inovação é olhar para trás para saltar adiante. Que venha o quarto livro – e que as fogueiras continuem acesas.

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